quinta-feira, 2 de junho de 2011

Saúde - Câncer de mama

"Se toque" para esse problema

Muito comum entre as mulheres, o câncer de mama é raro antes dos 35 anos, mas acima dessa faixa etária sua frequência cresce rapidamente.

O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta frequência e, sobretudo, pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal.
no Brasil, é o tipo de câncer que mais causa mortes entre as mulheres. O aumento da incidência tem sido acompanhado de perto pelo aumento da mortalidade, o que pode ser atribuído, principalmente, a uma demora no diagnóstico e na instituição de terapêutica adequada.

O papel da detecção precoce
A descoberta da doença em suas fases iniciais proporciona chances elevadas de cura e, na maioria dos casos, permite tratamentos não mutiladores. As estratégias para a detecção precoce do câncer de mama são, basicamente, três: a realização do autoexame (que deve ser mensal), o exame clínico anual das mamas após os 40 anos (que deve ser realizado por médicos e enfermeiros) e o exame mamográfico (que deve ser realizado anualmente por mulheres com idade entre 50 69 anos).
O câncer de mama é caracterizado por alterações que determinam um crescimento celular desordenado, alterando os tecidos das mamas, Sabe-se que 80% doscasos se manifestam na forma de um tumor indolor. Apenas 10% das pacientes queixam-se de dor - e sem a percepção do tumor.
O nódulo mamário (ou tumor) é uma área definida, de consistência variada, de limites precisos ou não, que pode ser a manifestação de um simples cisto (tumor de conteúdo líquido ou sólido), de caráter benigno ou maligno.
Tumores menores que um centímetro dificilmente serão detectados clinicamente, pois poderão estar com mobilidade preservada ou aderidos à pele ou ao gradil costal (ou a ambos). A pele que recobre a mama, por sua vez, poderá estar íntegra, ulcerada pelo tumor ou apresentar-se como uma casca de laranja. Outro sintoma comum são os nódulos palpáveis na área das axililas.
Os tumores não invasivos, chamados tumores in situ, apresentam índices de cura próximos a 100%. Para os tumores invasivos com diâmetro de até dois centímetros, o índice é de 95%.

Somente os exames podem ajudar
A gravidade do tumor varia de acordo com a sua natureza, que deve ser conhecida através do exame clínico e também em exames como mamográfia, ultrassonografia e por meio de procedimentos ambulatoriais, como o exame citológico e a biópsia.
O exame clínico das mamas é o exame fisíco que deve ser realizado rotineiramente pelo médico durante a consulta em mulheres a partir de 25 anos, de preferência na primeira semana após a menstruação. Ele também pode ser realizado por outro profissional de saúde treinado e tem fundamental importância para detecção precoce do câncer de mama.
Durante o exame, sinais comoassimetria, abaulamentos, retrações, eczemas, ulcerações, gânglios linfáticos e nódulos devem ser cuidadosamente pesquisados. O profissional também deve fazer uma série de perguntas à mulher a fim de investigar as possibilidades de tratar-se de uma paciente com câncer de mama (são levantados, entre outros aspectos, sinais e sintomas, histórico familiar, menopausa e resultados de biópsias da mama anteriores). É nessa hora avaliada a necessidade de se realizar exames completamentares (mamografia ou ultrassonografia) ou procedimentos, como a punção aspirativa por agulha fina (Paaf) ou punção por agulha grossa (core biopsy).

Tratamento envolve várias etapas
O tratamento é um processo de múltiplas etapas, cujas modalidades terapêuticas são a cirurgia, a radioterapia, o tratamento sistêmico (quimioterapia e hormonioterapia) e a reabilitação.
O sucesso do tratamento do câncer de mama dependerá de fatores prognósticos. Do ponto de vista clínico, os mais importantes são extesão do comprometimentoaxilar e tamanho do tumor. Quanto menores o tumor e o comprometimento axilar, maiores serão as chances de cura.
Sabe-se que a associação dos tratamentos cirúrgico, quimioterápico e radioterápico é mais eficaz para reduzir a possibilidade de reaparecimento da doença. Mas nem sempre todos são necessários. A mastectomia simples é um tratamento curativo em 98% dos casos, mas é excessivamente mutilante em uma considerável parcela dos casos. A quimioterapia apresenta alguns sintomas colaterais (e transitórios), em diversos graus de intensidade e de acordo com a droga utilizada. As mais frequentes são a toxicidade gástrica,  que se manifesta por náuseas e vômitos, e a queda de cabelo. A radioterapia resulta, muitas vezes, em radioepidermite, uma espécie de queimadura da pele sobre a qual foi aplicada. terminado o tratamento quimioterápico e radioterápico,  a paciente volta a ser acompanhada pelo médico, que realizará exames fisicos em intervalos que irão variar entre seis meses e um ano.

Fator genético também conta
O histórico familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) tiveram a doença antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama.
A idade constitui outro fator de risco, havendo um aumento da incidência conforme o envelhecimento. A menstruação precoce, a menopausa tardia, a ocorrência da primeira gravidez após 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos) também são fatores de risco.
Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para câncer de mama. Entre os fatores de risco, estão cilos menstruais menores que 21 dias na pré-menopausa, dieta rica em gordura animal, dieta pobre em fibras, obesidade (principalmente após a menopausa), radiação ionizantes, ausência de atividade sexual, resdência em área urbana e cor branca.

A vida segue após o tratamento

GESTAÇÃO : se você teve um câncer de mama, é jovem e tem vontade de engravidar, saiba que, embora não haja um consenso, a maioria dos estudiosos no assunto acredita que a gravidez não piora o prognóstico. Por isso, permite-se a gravidez depois de decorridos dois anos após o início do tratamento, pois este representa um período crítico para as recidivas locais.

ANTICONCEPCIONAIS: nas mulheres em idade reprodutiva e que se submetem ao tratamento de câncer de mama, sugere-se o planejamento faliliar através de métodos naturais, de barreira (diafragma, preservativos) ou colocação do DIU (dispositivo intrauteriono). não é recomendado a utilização de pílulas anticoncepcionais, devido aos hormônios que elas contêm.

REPOSIÇÃO HORMONAL: geralmente, na pré-menopausa não se faz uso de hormônios estrogênicos. Evita-se a terapia hormonal caso não haja risco de doença cardiovascular ou osteoporose. Mulheres portadoras de tumor de bom prognóstico e com alto risco cardiovascular e ósseo podem receber terapia estrogênica. Medidas não hormonais devem ser estimuladas.



Curiosidades:
DESODORANTE NÃO MATA O fato de quase todos os casos de câncer de mama acontecerem na região das axilas nada tem a ver com o uso de desodorante, como muita gente pensa. Diversos estudos já mostraram não haver relação entre o uso do produto e a ocorrência do câncer de mama. Portanto, use roll-on sem medo.

HOMENS NÃO ESTÃO LIVRES - Pouca gente sabe, mas os homens também desenvolvem o tumor de mama. Embora a incidência ainda seja considerada baixa (1% dos cânceres malignos), vem aumentando a cada ano. Geralmente, esse tipo de câncer acomete o homem de idade mais avançada, sendo mais frequente na faixa etária de 50 a 60 anos.
O principal sintoma é o aparecimento de nódulo indolor na região da aréola, podendo provocar coceira e irritação.

Dia 30 de outubro é o dia internacional contra o Câncer de Mama, faça a sua parte!

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